Um estudo da Unversidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, criou um modelo, com placas de laboratório, para observar como células do tecido sanguineo podem desenvolver leucemia. O segredo é a "regressão" das células cancerígenas adultas a um estágio embrionário, com um técnica conhecida como células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês). O estudo foi divulgado na publicação científica "Blood" nesta sexta-feira (4).
Segundo os autores da pesquisa, é a primeira reprogramação de células sanguíneas obtidas a partir de um paciente com leucemia. Com a técnica, os pesquisadores, liderados por Igor Slukvin, conseguiram transformar células doentes em estruturas pluripotentes, que podem gerar qualquer tipo de tecido.
A paciente tinha um tipo de leucemia conhecida como mieloide crônica, responsável pela morte de 1.500 pessoas por ano nos Estados Unidos. Como qualquer tipo de leucemia, a doença tem origem na região da medula óssea responsável pela produção de glóbulos brancos, estruturas responsáveis pela defesa do organismo.
Trata-se de um novo modelo para o estudo de células cancerígenas, de acordo com a equipe de Slukvin. Outra virtude do trabalho é a manipulação de células da medula óssea e do cordão umbilical para obter células-tronco induzidas. Normalmente, o material escolhido para a reprogramação são células adultas da pele.
Slukvin explica que as células induzidas a um estágio embrionário também possuiam as mesmas alterações genéticas das células cancerígenas adultas, o que permitiu aos cientistas a reprodução da doença em placas de laboratório, o que permite o acompanhamento detalhado do avanço da patologia.
O próximo passo é saber identificar novas formas de tratamento como, por exemplo, a eliminação de genes responsáveis por desencadear a multiplicação exagerada de células.
A pesquisa foi financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), agência federal de pesquisa médica nos Estados Unidos, e pela Fundação Charlotte Geyer.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Caso de meio-irmão proibido de doar rim para francesa causa polêmica
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A decisão de um comitê de biomedicina francês que impede um meio-irmão de doar um rim por ele não ser reconhecido juridicamente como tal está provocando polêmica no país.
Jean-Pierre Serrurrier nasceu de uma relação extraconjugal do pai de Martine Courrier, de 59 anos, que sofre de insuficiência renal há dois anos e precisa realizar diálises três vezes por semana.
Serrurrier nunca foi reconhecido pelo genitor biológico. Ele foi legalmente registrado, aos 7 anos, como filho do então marido de sua mãe, de quem recebeu o sobrenome.
Serrurrier, de 52 anos, considerado pelos médicos como 99% geneticamente compatível com Courrier, se ofereceu para lhe doar um rim, mas como eles não possuem parentesco perante os olhos da lei, o comitê de biomedicina se recusa a autorizar o transplante.
Na França, segundo a lei de bioética, um doador vivo pode somente doar órgãos a parentes, como filhos, irmãos, avós ou primos, cujos laços familiares sejam reconhecidos nos documentos de estado civil.
Encontro
'Passei 12 anos tentando localizá-lo e faz 25 anos que o encontrei. Temos uma relação muito próxima, nos vemos regularmente. Ele é meu irmão', disse Courrier à BBC Brasil.
'Passei 12 anos tentando localizá-lo e faz 25 anos que o encontrei. Temos uma relação muito próxima, nos vemos regularmente. Ele é meu irmão', disse Courrier à BBC Brasil.
Os dois meio-irmãos apresentaram um dossiê ao comitê de biomedicina
'Nossa relação à muito anterior à minha doença', afirma. O dossiê apresentado ao comitê de biomedicina reunia dezenas de fotos que comprovam a antiga relação entre os meio-irmãos e também um atestado do pai afirmando que Serrurrier é seu filho biológico, além de exames genéticos.
'A vida de minha irmã é tudo o que conta para mim e quero que nossa relação dure o máximo possível', diz Serrurrier para justificar seu desejo de doar um rim para Courrier.
'A decisão do comitê é injusta. Fiquei com raiva', diz ele.
Caso reexaminado
Em razão da polêmica causada pela proibição do transplante, o ministro francês da Saúde, Xavier Bertrand, pediu que o caso seja reexaminado pela agência de biomedicina.
Em razão da polêmica causada pela proibição do transplante, o ministro francês da Saúde, Xavier Bertrand, pediu que o caso seja reexaminado pela agência de biomedicina.
O ministro declarou que 'devido à importância terapêutica e ao consentimento do doador', ele avalia 'ser normal que a doação possa ser realizada'.
A nova decisão sobre o transplante, que será tomada pelo ministro, deve ser anunciada no prazo de um mês.
'Continuo tendo esperanças de que o transplante será aprovado', afirma Courrier.
Sua advogada, Nicoletta Tonti-Bernard, disse à BBC Brasil que pediu ao ministro para 'interpretar de maneira mais ampla o conceito de irmãos'.
Ela solicitou, em um recurso, que o ministro considere que Courrier e Serrurrier são irmãos, não do ponto de vista jurídico, mas biológico, 'o que permitiria autorizar a doação sem mudar a lei'.
Na França, a grande maioria dos órgãos transplantados foram doados por pessoas falecidas.
Dos 2.826 transplantes realizados em 2009, apenas 223 foram realizados graças à doação de órgãos de pessoas vivas, segundo a agência de biomedicina francesa.
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